O rapé é uma tradição cultural e espiritual dos povos Katukina, Yawanawá e de outras tribos da região. Ele é usado ao acordar para tirar a “panema” (preguiça) e como consagração depois do trabalho, para desabafar, relaxar, esfriar a memória, pois tira o enfado físico mental e espiritual, quando nasce um novo pensamento, uma idéia nova. O rapé é preparado com muito carinho, usando-se tabaco e cinzas de outras árvores, dentre elas o Tsunu, dentre outras árvores ou ervas, como Jurema, Canela de Velho também conhecido como Caneleiro, inclusive ervas aromáticas como hortelã.
Dentro da tradição indígena , não se “aspira” o rapé. Ele é sempre “soprado” por outra pessoa ou por quem vai tomar o rapé. Soprado para dentro das narinas através de um instrumento tipo um bambu oco, o Tipí, e aplicado por um pajé ou por outra pessoa e provoca uma forte reação nos mais inexperientes. Seu efeito é rápido e após isso sente-se um grande bem estar e disposição, fora a limpeza das vias aéreas, que ele proporciona. Relatam que o rapé se usa para esfriar o corpo, pois quando se trabalha muito debaixo do sol, ao ir tomar banho de água fria das cacimbas, pode-se pegar um resfriado, e é bom cheirar rapé antes. Além de estimulante, portanto, o rapé também faz baixar a pressão. O rapé também é em consagrações antecedendo, por exemplo, a cerimônia do Uni (ayahuasca). As duas energias se unem e o Uni vem com mais luz, mais perfeito, mais profundo.
A pessoa que aplica deve saber o que faz, pois tanto o modo como ele pega o pó da mão com o tipi, a maneira que assopra, e o que pensa quando assopra, influenciam positivamente, ou negativamente o trabalho. Ou seja, o mesmo rapé aplicado por duas pessoas diferentes certamente não será o mesmo rapé e, assim, o efeito também não será o mesmo. Também pode ser aplicado pela própria pessoa com um auto aplicador, um tipi bem curto, denominado Kuripe. Ele é bem curto, e cabe no espaço entre a boca e o nariz, e é pessoal, como escova de dentes.
Por: Rafael Guimarães e revisado e reeditado por Júlio Zorzetto.
Roda Sagrada de Rapé
Júlio Zorzetto, também promove eventos, dentre eles, vivências xamânicas; uma das abordagens é a roda sagrada de rapé onde a pessoa que tem interesse em receber o rapé, tem a oportunidade de ter contato com essa medicina da floresta, uma vez que ela tem aspectos de curas físicas e limpeza energética.
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